
O que o futuro nos reserva no tratamento farmacológico da Obesidade?
Esta é uma pergunta frequente nos consultórios endocrinológicos- a busca por novidades! Como a obesidade é uma doença crônica, multifatorial e de baixa resposta clínica, é comum o cenário de falhas terapêuticas, desistências, contra-indicações para uso de certos fármacos, efeito sanfona, entre outros desafios. Sabemos que terapia farmacológica, quando bem indicada, pesando risco benefício e individualizada é uma valiosa ferramenta no tratamento da obesidade, e não deve ser subtilizada! Assim como não negamos tratamento a outras doenças crônicas como hipertensão, diabetes mellitus e dislipidemia.
Em todo o mundo, diversos pesquisadores e indústria farmacêutica buscam desenvolver novas moléculas mais efetivas para o tratamento da obesidade, esta doença epidêmica, grave e de difícil tratamento.
Segue abaixo as principais novidades na área:
- Em fase pré-clínica (estudo em animais):
cerca de 92 moléculas em testes, sendo as mais promissoras:- Agonista dos receptores FXR- que levariam ao escurecimento (acastanhamento) do tecido gorduroso branco – que por sua vez teria um efeito termogênico e aumentaria o gasto energético.
- Agonistas triplos GLP1+ Glucagon+ GIP- em estudos pre-clinicos poderia estar associados a reduções de 20-25% do peso.
- Em Fase I: cerca de 18 moléculas em teste, sendo as mais promissoras:
- Análogo do glucagon
- Análogo Amilina
- Análogo do Peptideo YY
- Em Fase II: cerca de 12 moléculas, sendo as mais promissoras
- CanaPhen- combinação de Canaglifozina + Fentermina – em estudo com 26 semanas – levou a perda de 7,5% peso e com poucos efeitos colaterais. Aguardam estudos mais prolongados e com maior numero de participantes na fase III. Possibilidade de ter perda de peso adicional ao ultrapassar as 26 semanas de uso!
- Semaglutide – análogo de GLP1 mais potente
- Já aprovado pela Anvisa – aguardando tabelamento de preço para comercialização: Lorcaserina –droga de ação seletiva sobre os receptores 5HT2C (serotoninérigicos), que levam a redução do apetite. Foram estudados mais de 4.000 pacientes, com comprovada eficácia e segurança.
- Além disso, existem ainda alguns fármacos já aprovados e comercializados em outros países, mas que ainda não possuem aprovação da Anvisa, como a combinação topiramato + fentermina, ou bupropiona com naltrexato ou a lisdexanfetamina (ja aprovada no EUA para tratamento do Transtorno Alimentar Compulsivo), que podem em algum momento ganhar a autorização para serem utilizados em nosso país.
- Atualmente no Brasil possuímos apenas 3 drogas aprovadas e sendo comercializadas no tratamento específico da obesidade: a sibutramina, orlistate e liraglutida.
- Por fim, nunca utilize medicamentos para emagrecer sem indicação e acompanhamento de um endocrinologista.
Texto: Dra Julia Appel
2 Comments
Gostei do seu site, e seu conteúdo está bem organizado,
quero deixar uma sugestão de melhoria, pois acredito que
vocês só precisam alcançar novas pessoas que ainda não
conhecem o seu blog para ter maiores resultados e tenho
certeza que posso te ajudar gratuitamente nisso. Se tiver
interesse retorne meu contato pelo link.
Muito obrigada pelo feedback!